Festa de IEMANJÁ, uma reflexão!
- casadocaminhoaruan
- 1 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de dez. de 2022

Mais um DEZEMBRO, novas expectativas e projetos para o ano novo, reflexões sobre o ano que se finda e mais uma vez, se reúnem nas praias do litoral brasileiro, terreiros de Umbanda que seguem para diríamos, a maior festa da Umbanda em um ponto de forças de uma "mãe" Orixá. Sim falamos da famosa e tradicional FESTA DE IEMANJÁ, evento que reúne umbandistas de várias localidades do Brasil e com ela, infelizmente encontramos excessos de todos os tipos, tanto de posturas de "médiuns" despreparados que agem de forma contraditória, como das famosas oferendas deixadas a beira mar ou barquinhos de todos os tipos que são lançados nas águas salgadas, acreditando-se que irão de alguma forma agradar a mãe das águas.
É preciso repensar em algumas posturas adotadas como "sagradas" dentro do movimento umbandista, rever conceitos não significa desrespeitar o outro, mas tão somente mostrar-lhe que determinados procedimentos funcionaram em alguma época e agora no momento atual em que vivemos, em que o próprio mundo esta reciclando-se e isso é visível com a crise de diversas proporções que todo o planeta enfrenta, não seria diferente com a Umbanda, onde seus mentores e idealizadores deste seguimento religioso em nosso planeta, nos convidam através de médiuns e reflexões, a revermos alguns pontos ditos "doutrinários" dentro da Umbanda.
Iemanjá, antes de mais nada, não é um ser que fica pairando sobre as águas do mar, esperando algum "filho (a) abençoado levar "mimos" muitos deles que seu próprio campo de atuação (o mar) produz. Seria o mesmo comparando, levarmos pãozinho quente na padaria, soa um tanto quanto estranho e desnecessário a nosso ver.
Poderíamos a título de reflexão considerarmos Iemanjá: "Frequência que enaltece e harmoniza os pensamentos humanos, que leva a evolução das pessoas pelo uso do intelecto, aquela que recebe os bons e maus "Orís"* e os distribui aos outros Orixás, tendo pelo menos por um instante a cabeça de todas as pessoas em suas mãos."
Como força da natureza, torna-se desnecessário oferendar-se a mesma com elementos que vão se degenerar, saindo da beleza do momento para a poluição tanto visual, quando física resultante de um ato devocional.
O resultado vemos no outro dia, após os festejos. A ressaca do mar, traz de volta muitos dos itens que nele foram depositados como "agrados" a Iemanjá e o que vemos são praias sujas, imundas, gerando opiniões tão contrárias a beleza e organização do culto umbandista.
Mas, como podemos mudar este cenário? Abaixo, deixamos algumas sugestões que podem amenizar esta opinião tão distorcida que fazem da Umbanda, por responsabilidade de alguns ditos umbandistas.
Ao se dirigir a praia de sua preferência, limpe o local onde você realizará seu culto, começando a dar o bom exemplo de preservação;
Se possível, com o dinheiro que se gastaria com oferendas, faça placas ou crie panfletos mencionando sobre a preservação das praias que não são dos umbandistas ou outra religião, são empréstimos que Deus faz para todos nós usufruirmos desta maravilha da natureza;
Evite velas, bebidas, alguidares ou outro tipo de alimento que venha se degenerar e sujar o ambiente, ao invés disso se "ofereça" como vibração viva a mãe Iemanjá, fazendo uma reflexão a frente do mar na sua vida, posturas e hábitos não saudáveis que você tem adotado em sua vida;
Cante sem o uso de atabaques, fazendo da tua voz um mantra que encanta e reverbera em todo a ambiência local;
Lembre-se: Espíritos de Marinheiros, não são bêbados ou mulherengos e o balanço exagerado, é muito mais do médium do que do espírito que atua dentro da frequência do mar e isso nada tem a ver com embriaguez;
Se o local permitir, plante algumas flores na entrada da praia ao invés de joga-las no mar e lembre-se a champanhe que se joga no mar é nada menos que espumante e poluente da mesma forma, Iemanjá não bebe.
Recicle suas ideias, reveja conceitos e lembre-se que a Umbanda caminha do CONCRETO para o ABSTRATO, onde ATITUDES valem muitos mais do que OFERENDAS.
Este assunto não é novo, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, através do seu médium ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES, já havia mencionado este ideia no advento da Umbanda no Brasil.
Pense, reflita com seu grupo Umbandista, ouça a opinião de seus guias e contribuamos para a ESPIRITUALIZAÇÃO da UMBANDA, inovando sem perder o sagrado, mas acima de tudo, agindo com BOM SENSO.
Salve nossa Mãe IEMANJÁ.
Texto de GÉRO MAITA
Médium, Umbandista, escritor, terapeuta e fundador da CASA DO CAMINHO ARUANDA
Pelo espírito de Martin Parangolá
* Orí é a divindade pessoal que, cultuada entre outras, é de fato a mais importante do panteão Yorùbá pois, seja qual for o empenho de outras divindades em favorecer determinada pessoa, todo e qualquer progresso dependerá sempre do que for sancionado por Orí.
Ori é o primeiro Orixá a ser louvado, representação particular da existência individualizada (a essência real do ser). É aquele que guia, acompanha e ajuda a pessoa desde antes do nascimento, durante toda vida e após a morte, referenciando sua caminhada e a assistindo no cumprimento de seu destino.
Comentários